sexta-feira, 24 de julho de 2009

Dia a dia de uma mente sem lembranças. part. 2

Uma musica toca.
_ Eu não consigo dormir com musica.
Locutor:
_ Bem eu só queria ajudar.
Eu digo:
_ Acho que você já me ajudou muito por hoje.
Locutor:
_ Como foi seu dia?
_ Normal. – Disse cansado.
Locutor:
_ Você pensou nela?
_ Sim.
_ Bom sinal que você ainda ta vivo. – Disse o locutor com tom de ironia.
_ Eu não quero, mas falar disso. – Disse.
O locutor em uma suplica final disse:
_ Não durma, não sei vou poder falar com você outra vez!
O relógio marca que são 2 horas da manhã.
Lamentando digo:
_ Nunca devia ter comprado esse radio.
_ Me conta sobre ela. – diz o radio curioso.
Eu tentei realmente falar, mas não sabia como começar.Fiquei calado, procurando palavras no vazio.
O locutor tenta ajudar.
_ Me diga como ela é.
_ Ela é linda, bailarina, engraçada, inteligente. – Disse eu sem muitas palavras

Dia a dia de uma mente sem lembranças. part. 1

Acordo.
O sol me cega.
Então eu digo:
_ Já estou acordado!
O sol então brinca de se esconder atrás de uma montanha.
Olho para cima.
Penso que talvez de algum modo ela possa estar do meu lado.
Olho para o lado.
Ela não esta.
Mais um dia começa.
Ligo o radio, e o locutor pronuncia:
_ Mas um dia! Agradeçam por ter aberto os olhos, e poder viver pelo menos mais um dia de suas vidas!
Viver? Eu queria saber como é.
Tomo banho.
O locutor mais uma vez proclama:
_ Rapaz viver é isso! Viver é dor, é alegria, é morte, juventude.
Minha loucura chegou ao topo.
_ Você é só uma voz! Nada mais.
O locutor retruca.
_ Bem você não é melhor do que eu.
Irritado falo:
_ Eu tenho o poder de desligar esse radio agora!
Discutindo com um locutor de radio.
_ Bem meu jovem, antes de você me desligar, se cubra em uma toalha.
Eu fui trabalhar. Discutir com um radio não me levaria a lugar nenhum.
Trabalho.
Almoço.
Trabalho.
Chegando ao lar.
Eu estava feliz, tinha saído do trabalho um pouco mais cedo.
Às 7 horas da noite, me preparo para dormir.
Fechando os olhos.
O radio liga.
_ Esta indo dormir cedo por quê?
_ Droga você de novo.
O radio fala.
_ Você viveu hoje?
Respondo:
_ Vou viver agora.
_ Agora? Meu deus. tenho pena de você. Viver nos sonhos, na mentira.
_ Nos sonhos eu posso encontrá-la.
O radio triste, me fala com voz gentil.
_ Boa noite.
Se eu for embora, espere, pois eu volto.
Se eu chorar, por favor, não chore.
Quando eu cair, me dê a mão.
Mate-me, se eu morrer.
Não me ame, se eu não te amar.
Não me olhe, se não quiser.
Não se esqueça que eu te amo.
Eu te amo, quando te odeio.
Eu te olho sem você estar.
Eu te amo sem você me amar.
Se você for embora, eu não te esperarei.
Irei com você.

sábado, 18 de julho de 2009

Mas nada a dizer.


Não tenho mas nada a dizer, não por já ter dito tudo, até porque eu não disse nada.

Não tenho nada a dizer, por ter dito as coisas certas não foi, pois pelo que me lembro eu só disse coisas erradas.

Eu tinha uma coisa a dizer, mas acho que você não queria ouvir.

Era cativa de seu amor, a arma do cativo é o silencio.

Mas preferia o veneno da palavra.

Ao tumulo rezo e choro, fecho os olhos e adoeço.

Mas meu consolo é saber que do silencio o cativo morre...

Espero que não demore muito.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Respiro


O obstáculo vem, mas mesmo assim eu respiro.
A tristeza aparece, mas eu continuo respirando.
A vida passa e eu vou respirando mesmo assim.
Eu sinto as vezes que não existo, eu respiro.
No frio um banco de mármore, repouso a mão sobre tal.
Eu emito calor. Eu respiro.
Não sei por que respiro. Tal vez por causa dela, mas a única coisa que ela fez foi tirar todo meu ar.
Mas respiro para provar que posso.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

mas mesmo assim eu fico


Acho que eu ainda me esforço em ficar, mesmo sem precisar, podendo ir para casa.
Mas mesmo assim eu fico, pois acho que no fundo ainda tenho esperança de que eu entrarei no carro e irei.
Eu irei parar na frente do apogeu da alegria e da tristeza, o encontro das cores, pensamento aonde guarda os horrores.
O lugar onde as dançarinas nascem; minha alegria e minha depressão não nasceram lá dentro do lugar, mas nasceram na porta.
Lá vi o auge da dança. O nome dela era dança.
Eu a amo, mas tal constatação tive quando a perdi.
Hoje em dia não a vejo mais: mais ainda me esforço em ficar, mesmo sem precisar, podendo ir para a casa.
Mas mesmo assim eu fico, pois acho que no fundo ainda tenho esperança de que eu entrarei no carro e irei.